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sábado, 14 de julho de 2012

Vitorio Feliccio e o Desenhista ( a opinião dos outros)


O Desenhista estava estranho aquela manhã. A sua expressão facial era tensa e o olhar, aparentemente irritado.

Algo ou alguém o havia incomodado muito, ele me viu e caminhou na minha direção me cumprimentando com um grunhido quase inaudível, eu estava andando e ele veio caminhar ao meu lado.

Por que sera que ele estaria iracundo?

Olhando na face dele percebi que ele estava remoendo pensamentos, me lembrei de algum ensinamento Huna (psico-filosofia havaiana) onde dizia que o complexo é algo que fica nos corroendo por dentro, e eu pensei  "Algo o esta corroendo por dentro".

- Cara o que aconteceu? - perguntei.

É bom dizer que o Desenhista é assim chamado por ser um professor de artes formado e exímio desenhista. Porém se envolveu com o crack e a vida dele ficou muito ruim dali pra frente. Tinha casa própria e tals, mas ja tinha vendido as portas, janelas, até a caixa d'água e a fiação para se drogar.

- Eu mato ele! - ele exclamou - Ele me chamou de nóia e me empurrou, eu quero pegar uma caneta e furar esse cara até ele morrer!!!

 E continuou a remoer pensamentos com o olhar típico de quem esta imaginando cenas mentais.

Percebi que teria que agir rápido, ou o meu amigo iria acaber se metendo em problemas maiores.

- Cara, o que é importante pra vc? - Eu perguntei a ele.

A pergunta o pegou desprevenido. Ele fez uma expressão meio confusa, como que tentando procurar uma resposta.

- A minha família, meu pai e minha mãe - ele respondeu.

- Imagine que apareceu na sua frente o gênio da lampada mágica! E o gênio quer te conceder um desejo o que pediria? - eu o desafiei com essa pergunta.

- Não sei bem - ele  respondeu meio frustrado.

- Imagine se vc chegasse no seu bairro com um carro do ano, cheio de gatas e com bastante dinheiro, e todos seus conhecidos iriam te ver assim, seria bom? - indaguei.

- Isso, isso mesmo, como vc adivinhou? É isso que eu quero!

- Simples meu amigo, percebi que vc se importa demais com a opinião dos outros! - essas palavras foram impactantes para o Desenhista,  ele tinha a expressão de quem esta avaliando uma informação nova e que seria determinante em sua vida.

Aproveitei o momento e expliquei:

-Imagine que alguém ache que seu cabelo tem que ser curto, outro pode achar que ele deve ser comprido, uma pessoa pode achar que vc esta magro, outra que vc esta gordo, olha, eu acho que as pessoas não tem certeza nem do que é melhor pra elas como podem saber o que é melhor pra vc???

Já vi pessoas inteligentes dizerem que a opinião dos outros não importa, isso não esta correto, a opinião dos outros interessa muito para empresas que lidam com pesquisa, etc. E interessa a nós tb, porém para efeito das nossas conclusões. Nunca deveremos trocar uma opinião externa por nosso poder de escolha, por nossa liberdade de escolha. Deixar de fazer algo que queremos porque outro pensa que não devemos fazer,  é um tipo de suicídio da personalidade.

Ok vamos analisar através da estimulógica:

Opinião dos outros quando nos importa em demasia, nos faz sentir sensações ruins como a perda da auto estima e nos faz sentir como que aprisionados pelos conceitos de pessoas que talvez não saibam nem o que é melhor pra elas mesmas.

Quando desprezamos verdadeiramente a opinião dos outros, nos sentimos mais livres (e essa é uma ótima sensação) , porém  todos tem o direito de emitir suas opiniões (não devemos impedir isso nunca) desde que não nos obriguem a concordam com eles.

Se a opinião de alguem te incomodar, fazer se sentir mal, lembre-se que o que importa pra vc é o que vc sente, e não a opinião de ninguém, as sensações são o que importam, troca a sensação ruim que vc esta sentindo por uma outra mais agradável, recomendo a confiança.

Exemplo:

Um parente meu que eu estimo muito me disse outro dia:

 " Eu acho que vc esta querendo fazer uma coisa de um jeito, mas tenho certeza que tem de ser de outro!!"

E eu respondi:

"Eu luto até o fim para que vc tenha direito de expressar a sua opinião,  mesmo que seja sobre mim e mesmo que eu não goste dela, porque eu sei que tenho toda liberdade para concordar ou não com a sua opinião, ou até mesmo para fazer o que irei fazer nesse exato momento, ignora-la!"

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